O papel da música como ferramenta de transformação social

 

“Eles querem que alguém
Que vem de onde nóis vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se-!”

A primeira estrofe de “Mandume”, do rapper Emicida, é um grito de resistência. Um grito de quem é negro, é periférico e está mais que cansado da rotina de cair, levantar, sacudir a poeira e enfrentar dia após dia um cenário construído para deixá-los à margem. A letra é forte, a batida é pesada e a música cumpre um papel que as canções têm feito ao longo das décadas: fazer barulho para além das caixas de som.

Capaz de atravessar espaços e grupos sociais pelos serviços de streaming, um vídeo no YouTube ou pelas ondas do rádio em pouco mais de alguns minutos, a música consegue provocar discussões e acessar pessoas que não necessariamente entrariam em contato com determinadas questões de outra forma. É capaz de fazer ecoar, do fone do ouvido à sociedade como um todo, questões políticas, sociais, raciais ou de gênero.

MC Carol, funkeira nascida no Morro do Preventório, em Niterói, é um bom exemplo de autora que canaliza a luta feminina pelo universo musical. A cantora fala sobre opressão, violência contra a mulher e empoderamento em suas músicas, e, na letra de “100% Feminista”, canta o verso “Sou mulher independente não aceito opressão / Abaixa sua voz, abaixa sua mão”. Outra forma de resistência comum à música é a independência. Sem afiliação a grandes gravadoras, grupos como o Selo RISCO e o Coletivo Sistema Negro enfrentam a indústria que domina rádios, TVs e os ouvidos de muita gente com ações de fomento e difusão do trabalho de artistas solo e bandas que caminham à margem do sistema estabelecido.

Se a ideia é formar indivíduos, comunidades e uma sociedade melhor, o ouvido precisa ficar atento e escutar. Confira a programação do dia 04/02 dedicado ao tema “Música e Resistência” e visite o TNT LAB.

Workshop 11:00 – 12:30 | MC Carol – a música funk e a relatividade do certo e errado
Empreendedorismo e Resistência 14:00 – 15:00 | Selo Risco / Coletivo Sistema Negro
Debate 15:30 – 17:00 | Música e Resistência
Palestra 17:30 – 18:15 | Emicida
Celebração 19:00 – 21:00 | Castro Brothers

 

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