Resistência é trazer para dentro do SPFW a discussão sobre o excesso de consumo e os danos ao meio ambiente que a indústria da moda causa. É dar o microfone na mão de quem questiona o conceito de beleza existente nas agências de modelo e botar a turma de um projeto de moda de Paraisópolis na maior semana de moda da América Latina. No palco do último dia do TNT Lab, o lounge do TNT Energy Drink na São Paulo Fashion Week, tivemos Squad, uma agência de modelos fora do padrão; Roupa Livre, um projeto que propõe soluções criativas e sustentáveis para a indústria fashion; Modefica, uma plataforma que questiona os problemas gerados pelos diversos setores da moda; e o PIM (Periferia Inventando Moda), um projeto criado e gerido na periferia da cidade. Todos eles pela primeira vez no SPFW, mostrando que é possível dialogar, trocar.
“Hoje, se amar é um ato revolucionário”, cravou Bianca Pereira, da Squad, lembrando que não podemos achar bonito apenas modelos com traços europeus de mais de 1,80 metro de altura. Mas a culpa não é nossa. E Marina Colerato, do Modefica, resumiu bem a questão: “A gente não é treinado para resistir. A gente é educado para fazer parte do sistema como ele é”. E como sair da caixinha que nos foi dada? “É preciso inspirar as pessoas com outras formas de produzir e consumir. Mostrar que há caminhos alternativos e tão abertos à criatividade que não destroem nosso planeta”, garantiu Mariana Pellicciari, do Roupa Livre.
Alex Santos e Nilson Mariano também destacaram a importância de trazer o Periferia Inventando Moda ao evento – vieram com nove modelos vestindo peças de estilistas de Paraisópolis. “Moda não é só para as classes A e B. A gente também sabe fazer e existem pessoas bonitas na periferia”, diz Alex, estilista e idealizador do projeto que capacita jovens em setores ligados ao universo fashion. Nilson, produtor executivo do projeto e psicólogo, completa: “Trazer essas pessoas para a SPFW como protagonistas para contar sua história é quebrar barreiras. Essa troca do centro com a periferia precisa acontecer”.
Fechando a última noite a DJ Érica Alves botou a galera para dançar e trouxe sua resistência na música eletrônica para o TNT Lab. Com o projeto Synth Gênero, um trabalho que forma mulheres na arte dos sintetizadores, ela briga pela inclusão feminina neste mundo tão dominado por homens.
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