Corpo é manifesto

 

Durante o primeiro dia da 43ª edição da São Paulo Fashion Week, os convidados do TNT Lab discutiram liberdade e diversidade. A modelo e estudante de jornalismo Paola Antonini e a estilista americana Tilly Wolfe pegaram o microfone para mostrar que padrão não é uma palavra que pode ser aplicada a seres humanos. Paola teve a perna amputada por conta de um acidente há dois anos e depois disso descobriu não só que poderia dançar, coisa que não fazia antes, como poderia ser mais plena e feliz do que fora quando tinha as duas pernas. Tilly coloca em sua marca, Tilly & Willian, toda urgência da discussão de gênero, criando peças que podem ser usadas de diversas maneiras e fazendo campanhas com modelos de gênero fluido. Porque praticar moda não é só escolher bem a roupa que você vai usar para assistir ao desfile, é também atitude política e resistência.

Paola acredita que em algum tempo a diversidade será tão comum que ninguém mais precisará do adjetivo “amputada” para se referir a ela. “Vai chegar o dia em que dirão só ‘modelo’. Mas por ora ainda é importante frisar o que é diferente.” O trabalho da marca Tilly & Willian é focado na construção de um mundo onde padrão seja algo escolhido por cada indivíduo. “Criamos um espaço em que as pessoas possam simplesmente ser o que são. Neste momento de crescimento do conservadorismo no mundo, isso é fundamental”, diz. E tudo isso fazendo moda? Sim. Botando na rua roupas e campanhas que mexem com velhos conceitos.

MC Linn da Quebrada fechou o dia soltando o verbo em um pocket show no palco. Embalou o clima de celebração à diversidade cantando: “A minha pele preta, é meu manto de coragem. Impulsiona o movimento. Envaidece a viadagem”. E isso foi só o primeiro dia.

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